Com 33 dias de festa, o Maior São João do Mundo tem feito a diferença não só por conta das grandes atrações nos palcos disputados, das ilhas de forró pé de serra e das cidades cenográficas, que encantam paraibanos e turistas. Através do microcrédito disponibilizado por instituições financeiras, a festa também tem dado a oportunidade aos pequenos empreendedores da região de investirem em seus negócios e, aproveitando o grande público na Rainha da Borborema, movimentarem a economia por meio da geração de trabalho e renda.
Pipoqueiros, pessoas que vendem bolo, milho e comidas típicas juninas, além de salões de beleza, escritórios de publicidade e os mais variados tipos de empreendimentos locais ganham fôlego com o período de São João. Através da injeção de crédito dada aos pequenos negócios, a movimentação econômica acontece no local, fazendo com que a inovação ganhe cada vez mais espaço.
O empreendedor Carlos Alexandre Bezerra, por exemplo, começou a vender pipoca há dois anos. Com o acesso a microcrédito, uniu o capital à criatividade e conseguiu comprar uma máquina em que sela os copos onde passou a por a pipoca, aumentando assim a durabilidade, e, por consequência, o número de vendas. “Antes, no saquinho, a pipoca só durava 30 dias. Agora eu consigo fazer mais, me planejar melhor e garantir uma renda boa”, disse.
Os números também reforçam a expansão do empreendedorismo na Paraíba. Segundo o presidente do Santander, Mário Leão, este ano o banco realizou uma live com 41 mil pessoas da instituição contando para o Brasil inteiro o poder das festas juninas de promover o desenvolvimento local.
“É a maior operação de microcrédito privada do Brasil . Ela é baseada em vários centros aqui no Nordeste, e Campina Grande é um dos principais centros. Para dar uma dimensão, a carteira atual é de mais de R$ 3 bilhoes. A gente tem mais de 1 milhão de clientes”, disse Mário Leão. Segundo ele, somente no Nordeste os números do investimento já cresceram 20% se comparados ao ano anterior: em 2023, a carteira era de R$ 21 bilhões; esse ano, já ultrapassa R$ 3 bilhões.
A procura por microcrédito de programas do estado e do município também têm tido um aumento significativo. De acordo com Emerson Cabral, presidente da Agência Municipal de Desenvolvimento de Campina Grande, em 2023 foi investido R$ 5,7 milhões em microcrédito. Para esse ano, a expectativa é de ultrapassar os R$ 7 milhões. “Esse dinheiro é injetado através do microcrédito que alavanca todos esses comerciantes com produtos de tanto potencial”, disse.
Já o programa de crédito do Governo da Paraíba já auxiliou pelo menos 190 comerciantes e artesãos do município. A artesã Josineide Marques, por exemplo, conta que, sem o acesso ao dinheiro, ela não teria tido conseguido acesso ao maquinário necessário para produção das suas peças. “Eu não teria nem ao maquinário nem ao material com o meu salário formal. Foi fundamental para mim, até hoje”, comenta.